Ser
pais nos dias atuais
Ter filhos e educa-los é uma escolha!
E das sérias! Quando a fazemos devemos
ter a consciência que filhos não são pílulas contra a monotonia de uma vida
vazia e sem sentido, muito menos pílula “trago seu marido de volta em 9 meses”.
A convivência com um filho deve ser
um exercício para nos tornar melhores e esperar que reflitam a imagem que sonhamos
ter é, no mínimo,uma crueldade! Com os
filhos, claro!
Eu sou capaz de aceitar que, apesar de dar a luz a um
ser, ele não será um pedaço de mim e não deverá ser igual a mim? O que preciso
melhorar em mim para ser mãe/pai? Eu sou capaz de abrir mão de coisas em minha
vida sem depois cobrar? Eu sou capaz de dizer “não”? Eu quero, mesmo, ter um
filho, ou apenas aprendi que nascemos para constituir uma família?
Me façam
um grande favor, respondam a essas perguntas antes de tomar sua decisão! Elas
ajudarão e muito!
A verdade é que as pessoas querem ter um bebê e
não um filho. Sim, existe uma diferença enorme entre uma coisa e outra! Bebês
são fofinhos, gordinhos, risonhos! As roupinhas, um luxo! O quartinho, nem se
fala! Já o filho- ah o filho! - tem vontades próprias, chora, dá birra, te
desafia e não aceita o não como deveria! Aí entra a difícil tarefa de educar!
Mas se estamos cientes de nossas escolhas, motivações e consequências a
“jornada” é mais fácil e agradável.
Aprendam dar exemplo
não é a melhor maneira de educar e sim a única! A mudança dos pais é a mudança
dos filhos! Os pais são agentes centrais de transformação e são eles que
arquitetam e administram o meio de desenvolvimento das crianças.
Os pais de hoje,
infelizmente, tem dificuldade em seus papéis. As crianças alcançam cada vez
mais benefícios com a NÃO concretização de suas atividades obrigatórias e com o
mau comportamento. Os pais estão cada vez mais intrusivos e controladores,
limitam os filhos na aprendizagem do enfrentamento e superação de desafios,
encorajam a esquiva, são mais críticos e negativos ao desempenho dos filhos
além de bastante permissivos.
O que vemos nas
gerações atuais de filhos? Crianças com temperamento impetuoso, desafiador e
intransigente a frustrações, maiores déficits cognitivos, inaptidão no manejo
social e pais e filhos ansiosos.
Entre os principais
erros dos pais na atualidade, temos a “entronização” (termo engraçado né? Mas é
isso mesmo, são verdadeiros príncipes e princesas que mandam no “castelo” todo,
inclusive no rei e na rainha!); a superproteção; não sabem dizer NÃO; tentam recompensar
os filhos por se sentirem culpados por tudo, principalmente
por trabalharem demais; o uso exagerado de medicamentos para controlar o
comportamento das crianças, como solução mais fácil; e por fim não criar as
crianças como crianças, impondo lhes exigências exageradas, na busca por uma
perfeição que não existe.
Educar é difícil, eu
sei, e erramos sim, mesmo sem querer. Na verdade, tudo que queríamos é uma
formula mágica, fácil, que retire a nossa eterna culpa e nos faça acertar o
tempo todo. Infelizmente, ela não existe!
Mas nem tudo está
perdido. Uma dose cavalar de afetividade mais uma dose suficiente de limites
costumam funcionar!
A afetividade vai
proporcionar a deliciosa sensação de conforto e segurança e os limites vão desenvolver a capacidade
empática, a internalização e obediência a regras morais e sociais, a capacidade
de atrasar gratificação, a lidar com a frustração e a auto regulação do
comportamento. Mas lembrem-se, sem afetividade os limites não tem significado.
Algumas regras
básicas também ajudam bastante! Os
limites devem ser claros e relativamente estáveis, o desacordo entre os pais
reduz a obediência da criança, é
importante explicar o porquê do limite de forma séria, direta e com a atenção
da criança, aumentar o tom de voz – não é gritar!- para ganhar a atenção da
criança pode ser uma estratégia eficaz e a transgressão do limite sempre deve
ter uma consequência realista e dosada à gravidade da transgressão.
Muitos pais acreditam
que frustrar seus filhos pode causar traumas ou até mesmo fazer com que percam
o seu amor. - Pais, a construção de limites é a maior demonstração de amor que
vocês podem dar aos seus filhos!
Educar é também
incentivar o comportamento adequado além de corrigir o inadequado. Então
lembrem-se sempre de elogiar seus filhos, passar um tempo de qualidade com
eles, dar lhes atenção e oferecer prêmios e recompensas quando mostrarem se bem
educados e obedientes. Isso faz toda a diferença!
E então, vamos ser
pais melhores para termos filhos mais felizes?